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Foto do escritorRaquel Oliveira

Frankenstein 200

Atualizado: 20 de mai. de 2020

Editora: S. Clepsidra

Gênero: Ficção Cientifica; Literatura Estrangeira; Literatura Brasileira

Nota: 9/10

Lançado em 2018 em capa dura, esta HQ (História em Quadrinho) foi um trabalho editorial que contem seis histórias juntas, mas nenhumas delas é interligada diretamente com a outra. A única ligação entre elas é a temática de "Frankenstein", seja o próprio "monstro" ou a sua noiva.


As histórias desta edição foi realizada com o trabalho de doze pessoas, sendo seis na parte de arte e seis no roteiro, cada uma das versões foram feitas por uma dupla desse grande time.


Primeira História: Jurupari (Roteiro: Ana Fiori/Arte: Alex Genaro)

Aqui temos a presença do casal, Frankenstein e sua noiva, no Brasil, o cenário parece ser especificamente na região do norte do país. A narração feita pela noiva conta do porque foi criada e toda a trajetória de vida deles, sempre fugindo dos moradores das cidades e a vontade de ser alguém sem precisar ficar correndo ou se escondendo.

É interessante ver a relação dela com o Frankenstein ao mesmo tempo que ela tenta ver e como fica a sua posição no final da história. A transformação da noiva e a sua libertação a fazem ser mais forte e mais humana.

A parte visual da historia trabalha muito com traços firmes lembrando muito a visão popular de histórias em quadrinhos comum. O trabalho no preto e branco passam um resultado bem feito de claridade, conseguimos ver cada detalhe, algo que eu gosto muito de ver neste tipo de leitura.


Segunda História: A Noiva de Shelley (Roteiro: Hector Lima/Arte: Gio Guimarães)

Essa história eu acredito que seja mais a envolvida com o feminismo do que as outras envolvendo a noiva de Frankenstein.

Em uma cidade pequena, onde mulheres não possuem direitos de nada e suas vidas se resumem em casar, ter filhos e obedecer os maridos, as freias da igreja se juntam e mostram ter um conhecimento muito elevados sobre ciência, além disso elas buscam uma sociedade onde as mulheres não precisam mais se curvar perante os homens.

O foco maior aqui fica mais nas freiras do que na própria noiva, vemos todo o suspense com as irmãs quase sendo descoberta e isso faz com que a leitura seja muito mais intensa.

As ilustrações da história são feitas em um estilo de aquarela nas tonalidades de cinza, preto e branco, o trabalho na arte de "A Noiva de Shelley" deixa tudo mais sombrio, como um filme de terror da era do preto e branco nos cinemas.


Terceira História: You Make Me Feel So Young! (Roteiro: Jorge de Barros/Arte: Psicotikka)

A terceira história possui um foco maior em um hospital e é narrado pela a nova enfermeira.

Neste hospital existe um número específico de paciente e sendo todos eles mulheres. Passamos um pouco de tempo para entender de fato que estava acontecendo naquele local, o tempo todo Jorge de Barros cria um suspense sobre isso e tudo o que sabemos é que o doutor e a sua ajudante sabem de algo muito importante, mas só perto do final é que entendemos o que é.

Essa história em especial me chama muito atenção devido ao Frankenstein, ele é amado por muito por ser muito bonito e cantar muito bem, mas o verdadeiro "vilão" da história não é ele, aos meus olhos, não passa de um objeto, uma tentativa frustrada de sucesso vindo do doutor, apesar disso " You Make Me Feel So Young!" deixa no questionamento sobre quem é o vilão aqui, pois quem deveriam ser as vitimas talvez não sejam tão inocentes assim.

Talvez essa seja a história mais cruel e com um final mais interessante de todos.

Entre todas as seis obras desta HQ essa é a unica onde o trabalho da arte não me agradou, levando em conta que as folhas já são brancas e a principal cor desta história em especial é branco não ficou muito destacado em comparação as outras.


Quarta História: O Raio, O Sol, Suspende a Lua (Roteiro: Lillo Parra/Arte: Pri Wi)

A história mais filosofa das seis seria sem duvidas essa!

Um antigo artista de circo, o mais popular no passado, agora se encontra no que seria o possível fim de sua carreira devido a idade. Ele começa a questionar o passado com o presente, por não conseguir trazer a mesma alegria ao publico como antes e todos do circo querem que Palmerino (o nosso Frankenstein ) aponsente-se.

Aqui conseguimos ver a questão da consciência de quem seria o monstro e até mesmo a separação de um do outro antes do grande final da apresentação.

Mais uma vez a cor branca além da conta não é algo que favoreça, mas como foi utilizado a cor preta na arte fez ganhar um destaque e deixar tudo mais equilibrado.


Quinta História: Retalhos (Roteiro: Alex Mir/ Arte: Décio Ramirez) A história mais arrepiante de todas!

Em "Retalhos" temos não temos apresentações de personagens e de começo não é possível saber quem é quem e o que vai acontecer, porém enquanto se vai lendo começamos a ver o comportamento um tanto psicopata da personagem feminina e esse comportamento que vai dando um sensação de que algo muito ruim vai acontecer e realmente acontece e é neste momento que conhecemos o Frankenstein da história.

A história de "Retalhos" aos meus olhos é a melhor de todas, do inicio ao fim o suspense deixa o leitor agoniando para saber o final e quando isso acontece é ai que o arrepio passa por toda a coluna e nos arranca o suspiro.

O trabalho do Décio aqui foi fundamental para a sensação que o roteiro traz. Tanto na parte das cores como no traço o ilustrador trabalhou perfeitamente para trazer toda a essência do suspense e do pavor!

Sem sobra de duvidas "Retalhos" é a minha história favorita da edição.


Sexta História: Francis (Roteiro: Lexy Soares/Arte: Ton Albuquerque)

Entre todas as outras essa história é mais futurista e trabalha bem a questão de um futuro com robos e clones.

A história deixa o leitor bem confuso sobre o Frankenstein, pessoalmente falando fiquei a maior parte do tempo com raiva de um dos personagens e acho que o final dele poderia ter sido bem mais cruel. O roteiro de Lexy dar um plot twist bem interessante sobre o monstro e é a única que me deu um gostinho de quero mais devido o final da história.

Apesar de achar que "Francis" poderia ter uma continuação, achei a historia em si um pouco fraca, mas o trabalho do Ton Albuquerque deixou as coisas mais equilibradas, seu estilo de ilustrações é um dos melhores desda edição.


Observações gerais:

Essa edição conta com um prefácio bem feito do Carlos, onde ele conta um pouco sobre a obra Frankenstein de Marry Shelley, ele comenta sobre a debate que a obra apresenta sobre quem é o verdadeiro monstro dentro da obra e explica sobre essa edição específica feita pela Clepsidra em campanha no Catarse, onde o sebo possui um costume de fazer os financiamentos, de forma segura, em suas publicações, em breve teremos uma resenha de uma edição muito especial da obra "Frankenstein".

Acredito que vale cada centavo na compra, podemos ver a essência de Marry Shelley nesta versão feita por brasileiros.

Em caso de interesse, você pode comprar diretamente no site do Sebo Clepsidra!

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