Sinopse: "O que pode ser pior do que crescer nos Estados Unidos da recessão pós-1929? Ser pobre, de origem alemã, ter muitas espinhas, um pai autoritário beirando a psicopatia, uma mãe passiva e ignorante, nenhuma namorada e, pela frente, apenas a perspectiva de servir de mão-de-obra barata em um mundo cada vez menos aberto às pessoas sensíveis e problemáticas. Esta é a história de Henry Chinaski, o protagonista deste romance de formação com toques autobiográficos, que é sem dúvida uma das obras mais comoventes e mais lidas de Charles Bukowski."
Resenha:
Pra alguém que teve uma vida bem de merda (desculpa o palavreado a quem não gostar), Bukowski teve uma autoestima bem grande para escreve sobre si mesmo.
Acompanhamos a vida de Henry Chinaski, em especial sua adolescência com situações que podem aparentar ser simples, mas que na verdade afeta muito a vida de qualquer um.
Henry teve uma adolescência conturbada, passou por tratamentos pesados para tratar de suas acnes que eram além do normal, tratamento esse que fez com que ele ficasse com diversas cicatrizes. E além disso, esse período marcou sua vida, trouxe inseguranças e coisas mais.
Alemão radicado nos EUA, filho único, de uma mãe que, mesmo super protetora, é ausente da vida do filho (sim, é bem contraditório), e de um pai bastante agressivo.
Nessa literatura de formação vemos Chinaski passar pela infância, adolescência e início da fase adulta, a conturbada criação do jovem, junto como seus problemas com a aceitação social faz com que o garoto tenha certas dificuldades em se adequar na escola, no trabalho, na faculdade e em sua própria vida particular em si.
Um fato importante que deve ser ressaltado é que o protagonista é brigão, não tem sucesso com as garotas, sofre com um sério caso de acne, e possui dificuldades de manter as amizades.
A vida Henry é marcada pela presença de muito álcool e violência, e dentro do livro vemos também as diversas críticas sociais da época da narrativa, a extrema pobreza, e outros aspectos humanos, como a inveja ou manter as aparências, pois há uma preocupação muito grande de que os outros vão pensar da sua situação.
O modo com a hipocrisia, a falta de um amor familiar, uma vida comum dentro de crises econômicas, fazem com que Henry comece a refletir sobre tudo ao seu redor, tanto a sua vida como a de quem está ao seu redor.
Assim como muitos, eu comecei a ler Bukowski por Misto-Quente.
Mas antes de começar a falar sobre as minhas considerações, devemos lembrar que Romance não é apenas historias de casais, ok?
Henry Chinaski é um alter ego do próprio autor (Charles Bukowshi) e neste livro ele conta um pouco sobre como foi sua vida.
Eu não tenho muito o que falar desse livro, mas eu não posso negar as semelhanças que o autor trás, é muito fácil que o leitor (boa parte dos leitores) se sentam representados, até eu me sentir assim em momentos mais melancólicos e tensos da história, afinal de contas existem muitas pessoas que possuem ou já possuíram uma família bem parecida com a família Chinaski.
A insegurança e a depressão são duas coisas bem destacadas na leitura, mas nada que acione algum gatilho, então, leitor que possui depressão fique bem tranquilo quanto a isso.
Eu, pessoalmente falando, gostei do livro, fiquei muito surpresa pela escrita, pois Bukowski é um clássico super famoso e suas obras são de grande importância para a literatura, imaginei que a leitura seria difícil pra mim, mas foi bem ao contrário. Leitura super fluida e rápida, muito fácil de ser compreendida e interpretada.
Mas apesar de disso não achei aquilo tudo, talvez por já ter visto muito sobre este livro eu esperava algo maior e na verdade não me surpreendeu tanto quanto esperava.
Tem momentos tristes? Tem.
Tem partes até que engraçadas? Algumas.
Tem trechos que fazem você rir de nervoso de tão errado que é? Até mais do que o esperado.
Porém não foi tudo isso.
O livro não deixa de ser bom, mas o indico apenas para maiores de 16 anos.
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