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E se as cartas falassem?

Livro: E se as cartas falassem?

Autores: Johnatan Gomes e Mayron Damasceno ( @johnatangomes.escritor

Gênero: Distopia

Sinopse: "No ano de 2050, a força de um governo tirânico irá mergulhar o mundo em trevas, desigualdade e degradação. As pessoas irão aceitar a cegueira voluntária. A subserviência e a adoração desmedida são as máximas da Nova Ordem: um Regime Governamental que controla e oprime pela imposição de Decretos. Nesse novo mundo, onde a tecnologia cria abismos instransponíveis entre as classes sociais, duas mentes distintas vão se perceber dispostas a construir uma ponte capaz de manter acesa a chama da esperança."

Nota: 10/10

Resenha:

[Qualquer coincidência com a situação atual é mera coincidência… Ou não]

O mundo foi tomado por um novo Poder, chamado Nova Ordem. Uma seita que se baseia em fundamentos religiosos extremos para controlar as pessoas, as nações, o planeta inteiro.

Através de medicamentos que atrapalha os impulsos e desejos sexuais, além de, praticamente,

transformar os cidadãos em robôs subservientes, incapazes de se oporem às regras e sem liberdade alguma.


O estilo da história mistura narrativa clássica com vários temas importantes da nossa atualidade como por exemplo: Política, Religião e Tecnologia. E os autores não se contiveram em nenhum minuto durante esse trabalho.

A história se passa em São Paulo no ano de 2050 (estamos bem perto, né?), acompanhamos o João Moretto que trabalha na Corporação ProVida na fabricação de remédios para controle da Nova Ordem. Ele é de classe baixa e vive em um apartamento minúsculo na periferia, tendo até a água controlada e não podendo atravessar o muro por conta própria.


Vivendo de forma automática, chegando a ser bem robótica, João vive para cumprir as regras da sociedade sempre sem questionar nada, porém em um certo momento as coisas começam a mudar para João quando começa a receber cartas estranhas de alguém misterioso.

A partir daí que as coisas começam a mudar dentro do livro, pois é quando ele começa a questionar tudo ao seu redor. A carta é o único meio de comunicação não vigiada pela Nova Ordem, já que a tecnologia foi dominada por esse regime totalitário e se tornou sua grande ferramenta de observação e controle.

O livro apresenta dois estilos de narrativa, uma em terceira pessoa e outra em primeira, mas é bem organizado então não há conflito muito grande para o leitor nesse ponto, e assim o livro vai seguindo com muitas coisas de ficção científica, e a medida que os mistérios da trama vão se desenrolando vermos o quão complexa é a história.


É muito perturbador pensar que poderíamos de fato está vivendo algo assim, as referencias politicas apresentadas no livros remete muito a uma situação que, aos meus olhos, já foi iniciada em nosso mundo e que mesmo no futuro não seja igual (afinal, isso não tem como advinhar, né?) acredito que possa ser algo bem semelhante no sentindo de consumo a tecnologia e o tempo que consumimos nela (seja por lazer, estudos ou até mesmo trabalho).


O desenrolar dessa história é extremamente coeso e profundo, a leitura me prendeu por bastante tempo e eu tive que ler o livro bem devagar para conseguir aguentar a adrenalina!

Além disso, eu AMO ARDENTEMENTE uma leitura que questiona algum tipo de "poder" da nossa sociedade (seja global ou nacional), pois nos faz questionar e refletir sobre pontos que sabemos que existem, mas não paramos para notar.

Eu acredito muito fielmente que "E se as cartas falassem?" trabalha exatamente. Os autores aproveitaram grandes pilares da nossa atualidade, pontos que eu considero a base de praticamente 70% ou até mesmo 80% da população brasileira. A politica e a religião.


Eu, pessoalmente falando, estava um tanto nervosa com essa leitura, pois aos meus olhos não é todo mundo que sabe falar sobre questionamentos de fé sem ofender alguém. Na verdade, acredito que isso seja um grande desafio para muitos autores que procuram criticar (no bom sentindo de apenas fazer o leitor refletir sobre um outro ponto de vista sem ofensas as crenças em si), não que eu seja A Senhora religiosa, mas no fundo sabemos que é algo bem complicado e bem delicado de ser falado.


Mas Jonhathan e Mayron fizeram um ótimo trabalho juntos, eles fizeram algo que é muito real na nossa sociedade atual em uma situação incrível. O livro é escrito de uma forma bem tranquila, apesar de ter dois estilos de narração (uma nos trechos das cartas e outro para as outras partes do livro) o estilo de escrita é muito bom e faz com que a leitura seja bem rápida. Talvez o fato de não conseguir prever o que vai acontecer é o principal motivo para quem que seja o leitor conseguir devorar a historia ainda mais rápido do que o previsto.



Espero que se você, meu amado e minha amada leitor/leitora, consiga pegar esse livro (seja em físico ou em ebook) para ler possa gostar tanto quanto eu gostei ou até bem mais.


Desejo a todos uma boa leitura!


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